Coletivo Beture - Cineastas Mẽbêngôkre

Cultura e Conhecimento

Fortalecimento Institucional e Político

Atividades Produtivas e Geracao de Renda

Monitoramento Ambiental e Territorial

Denominamos o Coletivo de Beture, tal como uma formiga que encontramos em nosso território, caracterizada por ter uma mordida bastante potente, a cabeça vermelha e a bunda preta, assim como nós nos pintamos para a guerra. É uma iniciativa para renunir e potencializar um movimento da juventude de cineastas ou Mekarõ opodjwyj.

O Coletivo Beture é um movimento dos Mekarõ opodjwyj - cineastas indígenas Mẽbêngôkre-Kayapó das aldeias que fazem parte da Associação Floresta Protegida - AFP. Denominamos o Coletivo de Beture, tal como uma formiga que encontramos em nosso território, caracterizada por ter uma mordida bastante potente, a cabeça vermelha e a bunda preta, assim como nós nos pintamos para a guerra. O coletivo surgiu em 2015 e tem contribuido para organizar e estruturar um movimento da juventude que vem surgindo em muitas comunidades. A juventude Mẽbêngôkre-Kayapó deseja registrar a vida e a cultura de seu povo a través das tecnologias audiovisuais e diversas mídias. Hoje o coletivo desempenha um papel fundamental na conquista de reconhecimento cultural assim como na visibilidade das nossas estruturas políticas.  Desde então, formações audiovisuais tem sido realizadas com o objetivo de potencializar as produções do coletivo e ofertar aos cineastas mais conhecimento sobre as técnicas de captação de imagens, de roteirização e edição.



O trabalho dos Mekarõ opodjwyj está baseado em projetos desenvolvidos pela Associação Floresta Protegida - AFP e também tem o objetivo duplo de construir um caminho profissionalizante para garantir uma fonte alternativa de renda para o povo Mẽbêngôkre-Kayapó, assim como gerar a possibilidade de jovens lideranças de participar em mobilizações políticas e trocas de conhecimento com outros povos. O audiovisual passou então a ser um instrumento dos mais potentes para nosso fortalecimento cultural, os Mẽbêngôkre-Kayapó deixamos de ser apenas objeto de estudo para fazer os nossos próprios registros sobre a nossa vida, atividades cerimoniais e cotidianas. O Coletivo Beture oferece uma trajetória para trabalhar com parceiros tanto brasileiros como internacionais que estão interessados em pesquisar e promover o conhecimento sobre o nosso povo, aliado ao uso da tecnologia (e.g. Emilio Museum of Pará Goeldi). Alguns dos cineastas indígenas já começaram a trabalhar como instrutores de cinema.



Temos o nosso próprio escritório dentro da sede da Associação Floresta Protegida - AFP em Tucumã, com acesso à internet, estoque de equipamentos semi-profissionais, e uma sala para realização de reuniões e oficinas. A presença dos cineastas do Coletivo Beture nas comunidades estimula a valorização dos nossos sistemas de conhecimento. Temos uma produção de cerca de 30 filmes por ano, que geralmente tratam sobre: metoro - festas de nominação, eventos políticos, e alguns filmes de ficção que representam narrativas oriundas da mitologia Mẽbêngôkre-Kayapó, geralmente transmitida oralmente pelos velhos. Os filmes circulam bastante nas comunidades e são muito bem recebidos nas aldeias Mẽbêngôkre-Kayapó. Esses filmes também circulam amplamente atingindo outros públicos a nivel regional, nacional e internacional.






:::Filmes:::


::: A mulher tartaruga: meõ nire o kaprãn :::




2019, 12 min

Em meio a uma disputa entre dois homens, uma mulher é transformada em tartaruga.

Participou do Festival Tela Indígena de Porto Alegre e do Mother Tongue Film Festival de Washington.