Nos dias 29 e 30 de outubro de 2025, Tucumã (PA) recebeu muito mais do que mais um evento de “capacitação em saúde”. No auditório onde se reuniram profissionais do SUS, técnicos do DSEI Kayapó do Pará, representantes da Funai, da Vale S.A. e da Associação Floresta Protegida (AFP), a 4ª Oficina de Sensibilização para a Temática Indígena colocou em cena um tema que raramente aparece com nome e sobrenome nos corredores hospitalares: racismo institucional e diversidade cultural na saúde indígena.

Entre os dias 16 e 18 de setembro de 2025, o Centro de Formação Nossa Senhora Aparecida, em Tucumã (PA), voltou a se tornar um território político Mẽbêngôkre. Ali, na beira da PA-279, longe das sedes da Vale e de Brasília, lideranças Kayapó se reuniram para fazer algo que, à primeira vista, parece técnico – avaliar e planejar um Plano Básico Ambiental (PBA). Mas, visto de perto, o encontro revela outro enredo: é o povo afetado por um grande empreendimento minerário tomando a palavra para dizer como devem ser conduzidas a proteção territorial, a escola, a cultura e as roças dentro de seu território.

Entre os dias 11 e 14 de agosto de 2025, o Centro de Formação Nossa Senhora Aparecida, às margens da PA-279, em Tucumã (PA), foi redesenhado como casa política das mulheres Mẽbêngôkre: um território temporário onde elas decidiram, com clareza, que a condução do etnodesenvolvimento do povo Mẽbêngôkre precisa ter rosto e pensamento feminino.